Oratória é um dom ou prática?

Oratória é um dom ou prática?

Oratória é um Dom ou prática?

Oratória é um Dom ou Prática? Se você puder responder de bate e pronto, qual seria sua resposta?

Certamente você já deve ter ouvido algo do tipo: Aquela pessoa tem o dom da palavra. Ele fala bonito, esse é um “dom” maravilhoso, correto?

Mas e se eu te disser que a oratória pode ser desenvolvida através de práticas muito mais simples do que se imagina, como você reagiria a isso? Não existe um dom natural que a prática além do convencional deixe de superar.

Qual a Verdade Sobre Dom e Prática se Tratando de Oratória?

Todos nós temos talentos, treiná-los é o que diferenciará uma pessoa excelente de uma mediana. De nada adianta querer falar bonito se estiver falando errado. Ter desenvoltura não é o mesmo que falar bem. Oratória requer domínio de alguns elementos simples, que podem ser aprendidos por qualquer pessoa que se dedicar um pouquinho todos os dias.

Você deve se perguntar: Aquele cantor canta mal pra caramba e faz sucesso, eu não entendo isso, até eu faria melhor que ele. Pois é, mas não faz, e sabe porque? Ele treinou, desenvolveu sua melhor qualidade vocal, enquanto você que tem uma dicção melhor não soube aproveitá-la.

Se você analisar de forma fria, tudo é uma questão de treino, prática e execução. O que chamamos de repetição para excelência.

Sequência da Excelência:

  • Estudar.
  • Preparação.
  • Treinar.
  • Executar.
  • Corrigir.
  • Repetir tudo de novo até se tornar excelente!

Isso é utilizado por qualquer pessoa que tem sucesso em sua carreira, e em qualquer área. Não há segredos ocultos, são práticas e mais práticas até ficar redondo.

O filósofo Mario Sergio Cortella em suas palestras sempre faz questão de afirmar para o público que o assiste por ficarem encantados com a maneira que desenvolve seus discursos que ele se sente ofendido quando alguém diz que ele tem o “dom da palavra.” Ele diz que e os livros que ele leu, o tempo que ele atua fazendo isso, os cursos que ele fez não contam?

As pessoas acham que pessoas extraordinárias nascem prontas, mas isso não é real. Pessoas extraordinárias treinam até se tornarem assim.

Como Desenvolver Uma Boa Oratória

O primeiro passo para caminhar em direção ao “domínio da palavra” é você compreender que uma boa oratória sem bons argumentos de nada adianta.

Ter o que falar não é o mesmo que saber. É importante dissecar o conteúdo, a pessoa da palavra, o conteúdo da situação e assim por diante.

Busque sempre se lembrar dos motivos e a importância do que precisa ser dito, e antes de repassar esse conteúdo, veja como as pessoas gostariam de ouvi-lo. É uma questão de paciência e correções sucessivas.

Nesse artigo não vamos nos concentrar em fazer exercícios para falar em público, mas em compreender que falar é natural e deve ser algo que você pratique todos os dias, em todos os lugares. Seja indo a uma farmácia comprar um remédio, ou na fila do supermercado quando for fazer o pagamento.

E por qual razão praticar na fila do supermercado ou da farmácia? Simples! Você está no controle, eles querem seu dinheiro, então quando estamos em posição de “superioridade”, temos mais poder para dar as cartas e dizer o que queremos ou não.

Se você chegar no caixa do supermercado e puxar assunto com o funcionário, provavelmente ele te responderá. Pense no objetivo que é você praticar sua comunicação, eliminar a timidez e se sentir no “poder da situação.”

Isso Realmente Funciona?

Certa vez atendi uma cliente, gestora de uma multinacional mas tremia ao ter que falar com seus colegas da direção da empresa. Ela me disse que isso aconteceu devido um funcionário uma vez a ter desafiado e desde então, ela implantou uma crença de que não conseguiria falar olhando nos olhos das pessoas.

Quando direcionava suas palavras, a impressão que dava é que não estava sendo sincera, sempre tinha algo sendo escondido. Primeiro por que ela não olhava para as pessoas com quem falava, isso dava a entender que ela não era confiável, e as pessoas sempre viviam com receio de que algo poderia acontecer. Também tinha o fato de por ser mulher, pra não ser vista como frágil, as pessoas a viam como arrogante.

Só que essas pessoas não sabiam que ela morria de medo ao ter que falar com elas.

Uma das lições que passei para ela foi a que acabei de mencionar nesse post: Fale com a caixa do supermercado, o frentista, a caixa do banco, da farmácia e quem mais estiver prestando algum serviço para você. Mas fale olhando nos olhos delas, mesmo que seja difícil no começo.

O Que Mais Posso Fazer?

Oratória não é passar informações apenas pelas palavras, mas despertar emoções e sensações na sua plateia, seja a apresentação de um TCC ou de um planejamento para sua equipe, para os membros de uma igreja, não importa, quando há comunicação para mais de uma pessoa além de você, sua comunicação deve ser bem estruturada.

Procure lembrar de uma palestra que você já assistiu cujo o conteúdo era interessante, mas você não se recorda quase nada do que foi ensinado. Isso acontece porque o conteúdo não foi explorado em toda sua essência, foram centenas de palavras jogadas e repassadas sem que fossem exploradas da maneira que pudessem conectar ao coração, apenas entraram pelos ouvidos e deixaram de ser aproveitadas.

Se tiver que fazer apresentações, crie embasamentos que transmitam confiança a você e a quem irá ouvir. Uma boa dica que sempre dou é: Se tiver que ter alguma objeção por parte de quem esteja te assistindo, que essa objeção seja: ISSO É BOM DEMAIS PRA SER VERDADE!

Pratique Até Se Tornar Excelente!

Estudos sugerem que a retórica nasceu na Sicília no século V a. C. e introduzida em Atenas pelo sofista Górgias onde desenvolveu-se nos círculos políticos e judiciais da antiga Grécia.

A ideia principal da retórica era persuadir o maior e mais diversificado número de pessoas possível, e ela foi facilmente colocada como “a arte de falar bem”, a qual foi apresentada e proposta pelos sofistas ao filósofo Sócrates e seus discípulos, sendo mais tarde erradicada por todos os filósofos, como o próprio Aristóteles utiliza na obra, “Retórica”, bases para sistematizar seus estudos.

A retórica foi uma das três artes liberais ensinadas nas Universidades da Idade Média, preenchendo as necessidades de treinar os oradores e escritores para convencerem outras pessoas com argumentos bem estruturados.

E por incrível que pareça ou ironia do destino, os estudantes de hoje temem apresentar seus TCC’s em público, pelo simples fato de terem de se expressar diante de outras pessoas.

 

O Quanto As Pessoas Perdem Por Não Saber Expressarem?

Em pesquisa realizada por um jornal britânico, revelou-se que 41% das pessoas preferem a morte do que falar em público para um pequeno grupo. Outra pesquisa realizada aqui no Brasil pela ONG – Ação Educativa, em parceria com Instituto Paulo Montenegro (IPM), apenas 8% dos brasileiros na faixa etária entre 15 e 64 anos, sabem se expressar de forma plena.

Esses dados nos mostram claramente que aquilo surgido há milhares de anos, e era pra ter evoluído como matéria obrigatória nas escolas, é deixado de lado como se não fosse importante, quando na realidade saber se posicionar e expressar são elementos fundamentais para todo ser humano.

Um advogado que não sabe se expressar e argumentar de maneira eloquente, dificilmente consegue convencer o juri. Um empresário que não consegue comunicar sua filosofia de trabalho e seus ideais, dificilmente terá uma equipe engajada já que liderar requer comunicar de forma plena e assertiva.

Seja para um negociador altamente bem sucedido ou para um pai de família, a comunicação é fundamental e não opcional como muitos acham.

Aprender oratória não é difícil como muitos fazem você pensar que é. Alguns profissionais dificultam aquilo que é pra ser simplificado e por esse motivo muitos temem aprender por achar que é algo inatingível para eles.

Mas posso afirmar tranquilamente que você, assim como eu, pode desenvolver essas habilidades de comunicar e expressar de maneira eficiente, plena e persuasiva. Sim, quando digo igual a mim, é porque de tão tímido que eu era, eu me escondia atrás das portas nas escolas por não saber me expressar ou falar.

Foram incontáveis as vezes que eu deixava de ir para escola devido o pavor de encontrar as pessoas e eu cometer micos. Esses fatos dificultaram meu desenvolvimento escolar e por esse motivo eu desenvolvi habilidades de persuadir ao longo do tempo.

Fique tranquilo(a), você é capaz de ser convincente ao falar, apenas precisa acreditar que pode e, querer se desenvolver.

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Anderson Carvalho

Perito em Análise de Credibilidade, especialista em entrevista investigativa e análise de Microexpressões faciais. Coordenador da Pós Graduação em Perícia Forense em Análise de Credibilidade e Inteligência Investigativa. Professor de Entrevista Interrogatório Estratégico e Análise de Credibilidade na Pós-Graduação em Tribunal do Júri. Graduado em Perícia Forense e Investigação Criminal, Pós- Graduando em Boas Práticas de Entrevista Investigativa. Pós-graduando em Ciências Criminais. Professor de Entrevista Investigativa na Formação de Peritos em Análise de Credibilidade na Academia Internacional de Linguagem Corporal. Perito em Expressões Faciais FACS (Facial Action Coding System), METT e SETT pelo renomado Paul Ekman Group. Especialização em Codificação Científica pelo FM-G (Portugal) Coordenador do HEP - Hub de Excelência Pericial. Assistente técnico com dezenas de atuações na área criminal.

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