É comum hoje em dia sair e se deparar com pessoas usando máscaras na rua e em todos
ambientes públicos, que por sua vez é extremamente importante para evitar o contágio.
Por que usamos máscaras?
Há quem diga que as máscaras que utilizamos hoje atrapalham a comunicação, visto que
a face é um canal primordialmente importante na interação com outras pessoas.
Isto é um pensamento razoável, pois, é só pensar o seguinte: os órgãos do sentido em
sua grande parte se encontram na face, pela fala que transmitimos ideias mais
complexas aos outros, o olhar denota vários e vários significados, além é claro de ser o
palco das emoções conforme Ekman (2003) nos mostra em diversas pesquisas e livros.
O isolamento da visualização da boca nos impede principalmente de ver os sorrisos das
pessoas que nos rodeiam e, mesmo que seja aquele sorriso amarelo e social, contribui
para deixar aquela sensação que está faltando algo naquela face.
Isto se deve porque aprendemos socialmente a fornecer sorrisos frequentemente para os
outros como forma de educação, atenção, aceitação etc.
Mas o que poucos podem ter percebido é que isso também é uma forma de máscara: a
máscara social.
As máscaras sociais são expressões faciais que utilizamos deliberadamente para forjar
uma emoção que não estamos sentindo ou até mesmo para encobrir uma emoção
genuinamente sentida.
Mas me deixa fornece alguns exemplos aqui:
Imagine que seu colega de trabalho contou aquela piada engraçada sobre o chefe e
quando você ia soltar aquele riso, o chefe entra! Neste momento você vai restringir o
máximo possível das contrações faciais para que o chefe não perceba.
E agora imagine que você foi ao encontro com alguém muito atraente que você nunca
encontrou presencialmente, porem quando você chega não é nada daquilo que você
esperava, mas, já que você está lá, decide permanecer e ser educado(a). Pra ajudar a
pessoa fala de assuntos nem um pouco interessante pra você, mas você sorri
educadamente enquanto pensa: “quanto tempo falta para ir embora, que tédio”.
Agora ficou fácil de entender. Mas porque agimos assim? Paul Ekman explica isso no
seu livro Unmasking the face ( 2003), ele conta que devido a necessidade do momento,
cultura, profissão, educação social, aprendemos a gerenciar nossa face de modo que
fosse mais adequado socialmente, segundo ele, esse gerenciamento facial representa um
papel cultural conhecido como “display rules” ou se preferir regras de exibição.
Em um estudo com americanos e japoneses, constatou as diferença culturais na exibição
das emoções: Os japoneses quando estavam acompanhadas por outras pessoas
controlaram mais suas faces ao ser exposto a um vídeo com estímulos negativos (por
exemplo mostrando alguém comendo baratas!) em relação ao americanos, porém
quando eles estavam a sós suas expressões eram semelhantes aos ocidentais.
Expressão é Verdadeira ou Falsa?
Você deve estar se perguntando: mas… e como descobrir se a expressão que eu vejo é
genuína de fato ou apenas uma máscara social?
Nós desenvolvemos uma serie de treinamentos que auxiliam e embasam cientificamente
para que você compreenda detalhes nas expressões faciais que para o restante da
população passa despercebido.
Enfim, não é o objetivo aqui falar que as máscaras sociais são ou não corretas, mas sim
que são inevitáveis, eu e você usamo-las frequentemente devido as várias necessidades
sociais que experienciamos.
Para finalizar gostaria de salientar que você a partir de hoje comece a prestar atenção
em si e nos outros durante uma conversa, identifique quantas expressões fazemos ao
longo de um bom papo e quantas fazemos durante o assunto entediante, tenho certeza
que você se surpreenderá com suas observações e se quiser aprender a decifrar as
expressões faciais com quem entende do assunto, fornecemos treinamentos que abrirão
seus olhos para o que a face revela.
Referencias
Ekman, P. (2003). A linguagem das emoções: revolucionando sua comunicação e seus
relacionamentos reconhecendo todas as expressões das pessoas ao redor. São Paulo: Lua
de papel.
Ekman, P., & Friesen, W. V. Unmasking the face. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-
Hall, 1975/2003.
Como você se posiciona sobre a teoria de Lisa Feldman?
Ela tem estudos preliminares, considerou apenas alguns pontos e tentou refutar outros. Eu acho respeitável, mas precisamos voltar no tempo e lembrarmos que às pessoas de hoje não são mais as de 5 anos, muito menos de 50. Hoje existe sim a ocidentalização das coisas.