Quando pensamos em investigações, é comum imaginar interrogatórios intensos, pressão psicológica e táticas que, muitas vezes, resultam em confissões falsas. Mas e se houvesse uma maneira mais eficaz, ética e confiável de obter a verdade? Essa solução existe, e é chamada de modelo PEACE.
Neste post, vamos explorar por que o modelo PEACE está revolucionando o campo das entrevistas investigativas e forenses, destacando seu impacto real em investigações de grande escala e como você pode se tornar um especialista nessa metodologia de sucesso.
Por Que a Entrevista Investigativa e Forense é Crucial?
Em qualquer investigação, seja criminal, corporativa ou civil, a obtenção de informações precisas e confiáveis é a chave para o sucesso. A diferença entre resolver um caso ou deixar um criminoso à solta pode estar diretamente ligada à qualidade da entrevista realizada. E é aqui que entra a importância da entrevista investigativa e forense.
Ao contrário do tradicional “interrogatório”, que muitas vezes é associado a coerção e intimidação, a entrevista investigativa se concentra em uma abordagem ética e respeitosa, buscando extrair a verdade de maneira não acusatória.
O Modelo PEACE: Sua Arma Secreta Para Descobrir a Verdade
Imagine uma técnica de entrevista que não apenas respeita o entrevistado, mas também melhora significativamente a qualidade das informações obtidas. O modelo PEACE, desenvolvido no início dos anos 90, é exatamente isso. PEACE significa Preparation and Planning (Preparação e Planejamento), Engage and Explain (Engajar e Explicar), Account, Clarification, Challenge (Relato, Esclarecimento, Desafio), Closure (Fechamento) e Evaluation (Avaliação).
Este modelo é mais do que uma simples metodologia; é uma ferramenta poderosa que transforma entrevistas em processos de coleta de informações altamente eficazes e éticos.
1. Preparação e Planejamento: O Sucesso Começa Antes da Entrevista
A eficácia de uma entrevista começa muito antes de a primeira pergunta ser feita. O modelo PEACE enfatiza a importância de uma preparação meticulosa, garantindo que cada detalhe relevante seja considerado. Pense em casos de fraude corporativa, onde uma investigação bem-sucedida depende de uma preparação cuidadosa e estratégica.
2. Engajar e Explicar: Criando um Ambiente de Confiança
A confiança é a base de qualquer entrevista bem-sucedida. Durante a fase de engajamento, o entrevistador estabelece uma conexão com o entrevistado, explicando claramente o processo e o que se espera dele. Este ambiente de confiança foi crucial em investigações como o caso “Hillsborough”, onde a sensibilidade e o respeito foram fundamentais para obter informações valiosas.
3. Relato, Esclarecimento e Desafio: Extraindo a Verdade com Eficiência
O coração do modelo PEACE está na obtenção do relato do entrevistado. Ao contrário de abordagens agressivas, o entrevistador permite que o entrevistado narre os fatos livremente antes de buscar esclarecimentos ou desafios. Este método se provou inestimável em operações como a “Yewtree”, onde a complexidade das memórias e o impacto emocional exigiam uma abordagem cuidadosa e respeitosa.
4. Fechamento: Garantindo Clareza e Confiança
O fechamento de uma entrevista é tão importante quanto seu início. Resumir e confirmar as informações garante que o entrevistado se sinta compreendido e confiante sobre os próximos passos. Em investigações de alto perfil, como as de crimes de guerra, essa fase assegura que todas as partes envolvidas estejam alinhadas e satisfeitas com o processo.
5. Avaliação: Aprimoramento Contínuo para Resultados Excepcionais
Nenhuma entrevista é completa sem uma avaliação cuidadosa. Refletir sobre o que funcionou e o que pode ser melhorado é essencial para garantir que cada nova entrevista seja ainda mais eficaz. A aplicação contínua desse princípio é o que diferencia um entrevistador comum de um especialista em entrevistas investigativas.
Casos Reais: O Impacto Transformador do Modelo PEACE
O modelo PEACE não é apenas uma teoria; é uma prática comprovada que tem transformado investigações em todo o mundo. Forças policiais e agências de investigação em países como Reino Unido, Canadá, Austrália e Singapura já adotaram essa metodologia com resultados extraordinários.
Veja o exemplo do caso “Guildford Four”, onde confissões falsas, obtidas por métodos coercitivos, levaram à necessidade urgente de práticas mais éticas. O modelo PEACE emergiu como a solução, reformulando completamente a forma como entrevistas são conduzidas e restaurando a justiça. Ou considere a operação “Hydrant”, uma das maiores investigações de abuso sexual no Reino Unido, onde o modelo PEACE foi essencial para entrevistar centenas de vítimas e testemunhas de maneira sensível e eficaz.
Por Que Você Deve Dominar o Modelo PEACE?
A adoção do modelo PEACE não só melhora a eficácia das investigações, mas também protege os direitos dos entrevistados e fortalece a confiança pública nas instituições de justiça. Em um mundo onde a integridade e a precisão são mais importantes do que nunca, ser um especialista no modelo PEACE é uma vantagem competitiva inigualável.
E a boa notícia? Você pode se tornar um mestre nessa técnica transformadora. Para aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos e adquirir habilidades práticas em entrevista investigativa e forense, recomendamos o curso Formação em Perícia em Análise de Credibilidade. Este curso, considerado o mais completo do Brasil, é a sua oportunidade de se destacar no campo da investigação. Inscreva-se agora e transforme sua carreira! Saiba mais no site oficial.
Referências
- Milne, R., & Bull, R. (1999). Investigative Interviewing: Psychology and Practice.
- Fisher, R.P., & Geiselman, R.E. (1992). Memory-enhancing techniques for investigative interviewing: The cognitive interview. Springfield, Illinois: Charles C. Thomas.
- Shawyer, A., & Walsh, D. (2007). Fraud and Peace: Investigative Interviewing and Fraud Investigation. Crime Prevention and Community Safety, 9, 102–117.
- Griffiths, A., & Milne, R. (2006). Will It All End in Tiers? Police Interviews with Suspects in Britain. In T. Williamson (Ed.), Investigative Interviewing: Rights, Research and Regulation: Willan.
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